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A autossabotagem é um mal que te aflige?

Autossabotagem é o processo de sabotagem – ou boicote – que alguém faz a si mesmo, são ações que uma pessoa faz e que acabam por prejudicá-la de alguma forma (DICIO). Está conectado ao medo de correr riscos e assumir novas responsabilidades. Esses comportamentos podem estar associados a uma tentativa, geralmente inconsciente, de autoproteção, para evitar frustrações, descontroles ou fracassos.

Sabe quando você precisa de uma boa nota em uma prova para ser aprovad@ na disciplina, mas, mesmo assim, não estuda?  Ou, quando sabe que precisa se desenvolver profissionalmente e, por isso, escolhe fazer todo o trabalho sozinho e fica sobrecarregado? E quando reflete sobre seus últimos relacionamentos e percebe que, na maioria deles, se envolveu com pessoas carentes e que o “desejo de salvá-las” às tornavam mais atraentes? E aquele frequente pensamento de que tudo é mais difícil pra você do que para as outras pessoas?

A autossabotagem pode ser consequência de traumas vivenciados ou a adoção de padrões de comportamentos de pessoas com as quais convivemos, geralmente, dos responsáveis por nossa criação – sendo ou não nossos pais biológicos. Sentimentos como culpa, fracasso, rejeição, abandono, medo, podem nos afetar e desencadear os comportamentos autossabotadores. E, dentre os sentimentos que geram a autossabotagem, o medo é um grande vilão:

O medo se apresenta sempre do mesmo modo no plano consciente: ocasionando uma retração e diminuição do sentimento de segurança e da zona de livre determinação do Eu, com tendência ao aparecimento de uma vivência de insuficiência, auto-anulação e impotência, que torna o indivíduo desamparado ante a situação, despertando nele um incoercível desejo de desvanecer-se, desaparecer, reduzir-se ao nada, ou seja, ao não-ser. (MIRA Y LÓPEZ) 

A autonomia e o processo de independência que a vida adulta nos traz são apavorantes para algumas pessoas, pois eles vêm acompanhados pela necessidade de fazer escolhas e de se responsabilizar por elas. Nesses momentos, destacam-se os comportamentos autossabotadores. Assim, alguns jovens optam por permanecerem sob o direcionamento dos pais para se eximirem das consequências de suas escolhas. Mas, ao fazerem isso, não se desenvolvem plenamente. “Todo mundo busca a felicidade, a questão é ter coragem de viver, o que significa correr riscos e assumir responsabilidades.” (MEUCCI)

Na prática, nos autossabotamos quando involuntariamente temos comportamentos punitivas ou destrutivas que nos limitam e, com isso, trazem impactos negativos à vida pessoal, profissional ou acadêmica. Ou, até mesmo, quando esses comportamentos criam barreiras e não temos nenhuma ação, nos mantendo na inércia. Essas ações – ou a falta delas – são geralmente involuntárias, inconscientes e repetitivas.

Em demasia, além de nos impedir de chegar a determinadas metas e vivermos de forma emocionalmente saudável, a autossabotagem pode desencadear quadros de depressão, ansiedade e demais comorbidades associadas à esse padrão de doenças.

Para identificarmos a autossabotagem precisamos nos atentarmos para os nossos pensamentos negativos e com qual frequência os temos. E, a partir daí, agirmos de modo a evitá-los.

Como evitar a autossabotagem?

Procrastinação, comportamentos compulsivos, tentativa constante de autossuficiência, medo de falhar, excesso de comparações com outras pessoas e desenvolvimento de sentimento de inferioridade são hábitos tóxicos frequentemente identificados em pessoas autossabotadoras. 

Existem várias maneiras de evitar a sabotagem a si próprio, dentre elas:

  • Desenvolva a autoestima e o autoconhecimento: com o aumento do amor-próprio, conseguimos nos sentir merecedores das conquistas e felicidades alcançadas.

  • Defina objetivos: estipulando metas e objetivos claros, preferencialmente anotando-os, é possível visualizar nossas escolhas e onde queremos chegar. Assim, é possível identificarmos quando alcançamos nossa meta, quando estamos nos autossabotando ou quando simplesmente desistirmos de determinado objetivo.  Existem técnicas testadas e validadas, como o SMART, que facilitam esse processo de definição de metas.

  • Faça terapia: o psicólogo auxilia no processo de autoconhecimento e reconhecimento das emoções e sentimentos. Assim, passamos a fazermos escolhas em prol da nossa satisfação e bem-estar.
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E, acredite, você é capaz!

Psicóloga Adriana Lopes – CRP 04/54908 – @psiadriana

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